Do Amor Romântico ao Amor Genuíno

É tanto o que se fala de amor, é tanto o que se escreve sobre amor, são músicas, poemas, obras inteiras dedicadas a um tema que afinal quase todos desconhecem....
Com o passar do tempo e no turbilhão de emoções que os relacionamentos contêm, já devíamos ter aprendido mais um pouquito...só que não!
Continuo acreditar que o problema reside nas expectativas. A sociedade vende-nos a ideia de um amor romântico, perfeito, cheio de vivências arrebatadoras, sonhos partilhados, experiências alucinantes! O ciúme, o apego e até a dependência excessiva, são vistos como realidades normais e fundamentais, provas vivas de que amamos incondicionalmente a pessoa que escolhemos para ter ao nosso lado. Não importa se o apego ao outro nos causa dor e sofrimento, não queremos saber se este amor nos causa mais angustia e ansiedade... queremos estar presos a este amor irracional porque achamos que esta é a maior prova de amor ao outro. Sorrimos, negligenciamos a dor, calamos um sofrimento que nos destrói aos poucos, porque defendemos o amor...este tal que já não existe.
Este amor...eu não defendo. Tão pouco, acho digno chamo-lo de Amor!
Este sentimento nobre que eu acredito ser tão raro e valioso com o berilo vermelho, a esmeralda mais preciosa e rara do mundo, não está ao alcance de todos e são poucos os verdadeiros privilegiados, afortunados com a possibilidade de viver a dois, na mesma intensidade, no mesmo espaço temporal um amor construtivo, que se prolonga no tempo, que alimenta ambas as partes, que acrescenta algo de positivo a cada um, que não destrói nem condiciona a vivência individual.
De há uns tempos a esta parte, aprendi a racionalizar o amor. A cada dia que passa defendo acerrimamente a genuinidade do amor. Eu sei...custa, dá trabalho, desmistifica a crença inabalável de que o amor deve ser romântico, perfeito...idílico. Pois é...mas isso não existe. Pelo menos, não aos meus olhos. O amor verdadeiro, o genuíno, não prende, não sufoca...liberta! O amor genuíno acredita que por eu te amar, quero inevitavelmente que sejas feliz. Mesmo que a tua felicidade não se cruze com a minha. Dói, não nego. Custa assumires que a pessoa que amas, quer ser feliz... sem ti. Contudo, no momento, em que apaziguas a alma e racionalizas o amor, percebes que é mais justo para ambos, mas principalmente para ti. Era maravilhoso se todos pudéssemos viver amores puros, a combinação perfeita entre genuinidade e romantismo, o Amor Maior. No entanto, na impossibilidade de tal nos acontecer, não nos subjuguemos a um amor menor. Caso a pessoa com quem partilhamos outrora uma paixão, não esteja ao nosso lado, com a mesma vontade, com a mesma dedicação...temos que largar as amarras. Não vale a pena prendermo-nos a algo que já não nos completa, que em nada nos faz crescer e que nos desvia da nossa felicidade individual.
Amor genuíno, especialmente no nosso amor próprio!


Crédito da imagem| Pinterest

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